sexta-feira, 11 de março de 2011

Uma Rua Chamada Pecado (1951)

Acho que sou meio suspeita para falar de qualquer filme da Vivien Leigh pois na minha cabeça "she can do no wrong" , mas a interpretação dela em "Uma Rua Chamada Pecado", (A Streetcar Named Desire, 1951) me impressionou e só fez minha admiração pela atriz e pessoa aumentar.


Começamos em uma estação de onde surge uma um pouco desnorteada e também um pouco assustada, Blanche DuBois (Vivien Leigh). Após pegar o bonde chamado "Desire" ela chega a casa de sua irmã Stella (Kim Hunter), só para descobrir que a mesma está no boliche com o marido Stanley (Marlon Brando).
É o confronto entre as personalidades de Blanche e Stanley, e com isso as interpretações de Leigh e Brando, que carrega o filme. De um lado, o realismo, indelicadeza, machismo e brutalidade de Stanley e do outro a fragilidade tanto mental quanto física de Blanche.
Após fugir de uma realidade cruel, Blanche deseja paz e compreensão, o que não consegue com Stanley por perto fazendo acusações e dizendo coisas que vão pouco a pouco levando-a à loucura.

I don't want realism. I want magic! Yes, yes, magic. I try to give that to people. I do misrepresent things. I don't tell truths. I tell what ought to be truth. - Blache DuBois

O que realmente me impressiona nisso tudo é o bom trabalho de toda a equipe. O escritor da peça original, Tennessee Williams, é um dos meus favoritos e Oscar Saul, que adaptou para o roteiro fez um ótimo trabalho. Elia Kazan como diretor foi extremamente eficiente e pensou em todos os detalhes, até o clima meio claustrofóbico dos cenários é perfeito. As interpretações são de tirar o fôlego. O jeito bruto e odioso de Stanley, perfeitamente colocado em evidência pelo então novo nas telas, Marlon Brando. É possivel entender suas atitudes apesar de não apreciá-las ou apoiá-las. A atormentada Blanche de Vivien Leigh, que já tinha interpretado a mesma personagem nos palcos, só te faz querer entrar na tela e ajudá-la, ainda mais aqueles que conhecem bem a história da atriz. Seus gestos são calculados, mas naturais. Um olhar e você consegue ver o que se passa em sua alma, todo o medo e incerteza da realidade. Kim Hunter fez de Stella uma personagem amável, que só quer o bem da sua irmã e o amor do marido e no final se mostrou uma personagem muito forte e mereceu meus aplausos. Karl Malden, o perfeito e adorável Mitch, preocupado com a mãe, disposto a casar com Blanche e quando descobre de seu passado, ajuda sem querer a jogá-la nas profundezas da insanidade.


Em geral, é um filme poderoso, bem feito e que faz valer todos os minutos assistidos.

Ficha Técnica:
Direção por Elia Kazan
Peça Original por Tennessee Williams
Adaptação por Oscar Saul
Screenplay por Tennessee Williams
Produzido por Charles K. Feldman
Editado por David Weisbart
Duração: 122 min.

Vivien Leigh como Blanche DuBois
Marlon Brando como Stanley Kowalski
Kim Hunter como Stella Kowalski
Karl Malden como Harold 'Mitch' Mitchell
Rudy Bond como Steve
Nick Dennis como Pablo Gonzales
Peg Hillias como Eunice

Awards

4 Oscars incluindo o de Melhor Atriz (Vivien Leigh), Melhor Ator Coadjuvante (Karl Malden), Melhor Atriz Coadjuvante (Kim Hunter) e Melhor Direção de Arte-Decoração de Set, Preto e Branco (Richard Day e George James Hopkins);
E aqui a lista com as outras indicações e vitórias.

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